quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

a chegada.

A chegada foi confusa como tinha de ser, após onze horas de avião e uma diferença horária de oito horas, tudo na nossa cabeça fica baralhado. Eram dez da manhã em Shanghai e duas da manhã em Coimbra.

Treinámos os primeiros “ni hao”s no aeroporto com a polícia que nos verificou os passaportes. O resultado não foi animador: nenhuma das quatro conseguiu arrancar mais do que um ligeiro esboço de sorriso à funcionária chinesa. Claramente uma excepção, após duas semanas de Shanghai já deu para ver: os chineses são bem dispostos e gostam de rir (mesmo se as raparigas normalmente tapam a boca com as mãos para esconderem os risos).

Do aeroporto para o Magnificent Hotel… nem de propósito este nome, não que o hotel fosse muito magnífico… mas porque hotel “magnificiente” soa mesmo a coisa chinesa. Nesse fim de tarde (atenção à velocidade dos acontecimentos) fomos ver as primeiras casas para alugar e nessa noite jantámos e saímos com mais colegas do Contacto. De referir a saborosa cerveja Tsingtao.

A saborosa cerveja Tsingtao com as poucas horas de sono teve tal efeito na minha pessoa que até hoje nunca mais lhe toquei. A manhã seguinte... foi difícil. O pequeno-almoço “magnificiente” exalava um cheiro a fritos possível de sentir a cinco andares de distância e os chineses comem o quê ao pequeno-almoço? Perguntam vocês? … sim, sim, mesmo isso: arroz. Como é evidente fiquei-me pelo modesto kit chá mais torrada. E foi neste estado muito pouco estável que aconteceu: Já me tinham falado do assunto, tinha sido avisada, tinha mesmo lido sobre o fenómeno... mas o primeiro arroto que ouvi: apanhou-me completamente desprevenida. Estava a tentar ignorar o cheiro a fritos quando de repente, sem que nada o indicasse, mesmo atrás de mim… aquele som desgraçado: que arrotão! É assim na China, tudo arrota quando bem lhe apetece. E já agora ficam a saber… a cuspidela é tão ou mais usada do que o arroto. Na rua aquele som do hrraaaa (inspiração) rrrrrrr (suspensão) puf (“expelição”) ouve-se a cada minuto vindo de toda a gente! Não são só homens… delicadas beldades orientais também o fazem. Andar nas ruas de Shanghai é rezar para que nenhum destes projécteis nos acerte e ter atenção ao passo… ao vê-los assim escarrapachados no chão.

3 comentários:

Unknown disse...

Eu ia adorar Shangai...só pelas escarradelas. É um som que gosto tanto de ouvir!!! Rrrrrrrrrrrrrrrr...tchu!

Mr B disse...

queremos mais!!

Pedro Cardoso disse...

escarradelas e arrotos... vais voltar uma jabarda desgraçada. diz mais coisas. n'kre bu tcheu.