segunda-feira, 12 de março de 2007

As férias.

Está mais do que visto que o destino deste blog é o fracasso total dada a falta de regularidade (para não dizer ausência) das intervenções. No entanto, aqui vai um último suspiro ou, quem sabe, o início da ressurreição! (olá Cáta.)

A passagem de ano chinesa é, ao que pude apurar, o equivalente ao nosso Natal: passa-se tempo em família, trocam-se umas prendas, oferecem-se envelopes vermelhos com dinheiro às crianças e há uma série de refeições que se comem só nesta altura. Mas o bestial disto é que o feriado não é só o primeiro dia do ano mas toda a semana! E assim… férias! Relaxadas e recém-chegadas à China, entusiasmadas por termos uma semaninha livre para apanhar um avião para algum sítio espectacular… não nos apercebemos que a semana livre não era só para nós mas sim para o bilião e trezentos milhões de chineses que por esta altura querem… ver a família, claro. Aviões, comboios e camionetas tudo esgotado.

Dois dias antes das férias e sendo as únicas pessoas conhecidas a não ter nada marcado, uma amiga da Vane dá a dica: Feng Huang na província de Hunan. A Rita marcou as passagens, os dias estavam escolhidinhos, o preço foi caro mas tínhamos viagem.

Voámos até Zhanjiajie e daí um autocarro levou-nos até Feng Huang. Que viagem… 4 horas e meia de puro terror. Durante o ano que vivi em Cabo Verde dizia-se muito mal dos condutores das Hiaces mas perto destes ganham prémios de condutores do ano! Sempre a acelerar, sempre em contra mão, rotundas pela esquerda, sem descrição possível. Adiante: Feng Huang era tão bonito como nos tinham prometido. E sem dúvida era também um destino alternativo. Não vimos mais nenhum branco naquela terra (a não ser nós mesmas) durante todo o tempo que lá estivemos. Assim, apesar de sermos as turistas éramos nós o alvo das máquinas fotográficas. “R”allô! E depois… foto.

Não me vou alongar mais sobre Feng Huang até porque pouco sei sobre ela, não vem assinalada no meu Guia e não falando nós chinês nem tendo encontrado ninguém que falasse muito de inglês… vimos, mas muito não entendemos. Uma coisa ficou clara no entanto, os chineses não são, de facto, iguais a nós.. mas de uma maneira bem diferente daquela que imaginava. Do outro lado de toda uma "nova" concepção do que é higiene e educação... há uma face tão gentil, aberta e desinteressada que o nosso espírito ocidental normalmente cínico tem algum problem
a em aceitar como verdadeiro. Depois de o aceitar… admira-se.